28 de junho de 2010

Não se deixe enganar

E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Diz-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Por que muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo e enganarão a muitos (Mt. 24:3-5).

Estamos vivendo uma época de grandes transformações e não pouca confusão no cenário ético, político, moral e social. Nosso tempo está caracterizado pelos grandes conflitos ideológicos na quebra de conceitos e princípios fundamentais da dignidade humana. As transformações chegam com a velocidade da luz, invadindo a nossa imaginação; as inovações tecnológicas são cada vez mais surpreendentes. Quando estamos começando a nos acostumar com o MP3, eis que chega o MP4! O aparelho de celular que mal falava na década passada, agora se transformou em câmera digital, Palmtop e outras parafernálias a mais. É possível visualizar o mundo na tela do computador, e a comunicação em tempo real com quem está do outro lado do planeta já não é mais coisa de ficção científica. Nossa civilização nunca experimentou tamanho progresso como agora. Os conhecimentos se acumulam e as experiências vão se tornando degraus que sobem cada vez mais alto, rumo ao futuro. Quanta euforia! Viva o desenvolvimento e a capacitação intelectual do ser humano! Mas nem tudo são flores.

Apesar do otimismo, do desenvolvimento tecnológico e da euforia provocada pelo avanço, alguns aspectos fundamentais da humanidade sofreram regressão. O homem moderno pode chegar à Lua, deixar lá suas pegadas, mas não consegue resolver seus conflitos pessoais. É um impotente diante dos desafios que assolam a alma. Muitos vultos históricos da humanidade têm sido verdadeiros gigantes na política, nos negócios, mas têm sido anões morais na intimidade. Para comprovar isso, basta lembrar daquele ex-presidente americano que ficou famoso pelo envolvimento sexual com a secretária, lembra? Um caso extraconjugal que abalou os pilares da Casa Branca. Um dos homens mais poderosos e admirados no cenário mundial, estampado como adúltero!

Alguns políticos tupiniquins também não ficam atrás. Grande parte daqueles que são pagos com dinheiro público para advogar pela dignidade do povo, não possuem a dignidade própria. Ostentam a máscara da piedade, escondendo a face embrutecida da corrupção. A sigla que mais se ouve no cenário político nacional é CPI. A maioria delas com nomes engraçados, do tipo: “CPI do Mensalão” ou coisa do gênero. Tudo parece uma grande piada, se não fosse trágico.

No campo da ética, nosso povo regrediu a um nível que beira ao zero. Ser honesto transformou-se em motivo de zombaria. Uns poucos corajosos que possuem o caráter brilhante de encontrar uma carteira com dólares (muitos dólares) e a devolvem ao legítimo dono, são tachados de idiotas. Acabam sendo discriminados por serem honestos. Que ironia! Dizer a verdade, passou a ser sinônimo de fraqueza e o “levar vantagem em tudo”, a chamada “lei do Gérson”, não é mais só a lei  do Gérson, mas é do João, da Maria, do Fulano e da Fulana.

Os valores estão sendo mudados, os conceitos abandonados enquanto o homem se torna cada vez mais rude, brutal e frio.

E o que dizer do campo espiritual? É justamente aí que as coisas estão complicadas de verdade. O ser humano tem vencido a batalha do saber, do produzir, do edificar, mas por outro lado tem perdido a guerra na alma. Tem decolado no conhecimento científico e tecnológico, mas continua atolado na lama da ignorância espiritual. Satanás inverteu os conceitos para que o homem de hoje esteja cada vez mais confuso e sem rumo. Embora o homem moderno saiba que precisa de algo que preencha seu vazio e satisfaça seus anseios, Satanás insinua que o que ele precisa, na verdade, são as altas posições, o status, a fortuna e a fama. Ledo engano! A procura do homem segue por caminhos sinuosos e decepcionantes, cheios de frustrações em cada esquina. A angústia invade a alma de muitos, levando-os ao submundo das drogas, do alcoolismo e até ao suicídio. Talvez tenhamos aqui a resposta ao fato de termos tantos jovens instruídos, nascidos de famílias ricas, mas que encabeçam a lista dos crimes mais cruéis e brutais que volta e meia aparecem na mídia.

A Palavra de Deus tem respostas para todas as indagações e aponta a solução para a maior necessidade do homem. Quer sejam ricos ou pobres, cultos ou indoutos, novos ou velhos, a Bíblia apresenta a solução para todos, sem distinção. O tema das Escrituras é uma pessoa,  a pessoa de Jesus, o Filho de Deus que veio ao mundo e tornou-se homem (I Tm. 3:16; Jo. 1:14). Sendo Ele o único capaz de mudar a história de alguém, não é de admirar que Satanás tenha procurado cegar a humanidade com suas mentiras, levando o homem a duvidar da veracidade da Bíblia. Não se sabe quantos “evangelhos” ainda serão encontrados e dados ao público. Já somam à grande coleção “o evangelho de Tomé” e “o evangelho de Judas” (quem diria!). Cada um mais fantasioso que o outro. Estórias mirabolantes estão sendo recontadas acerca do Nosso Senhor. Estamos em plena era do descrédito da autêntica e genuína Palavra de Deus.

No início, contra a Igreja Primitiva, o inimigo investiu abertamente contra os discípulos de Jesus. Muitos foram torturados, mortos numa perseguição implacável desencadeada pelo Império Romano, o instrumento eficiente de Satanás. Com o passar dos anos as perseguições ficaram ainda mais acirradas. É impossível calcular o número dos fiéis que foram queimados vivos, nas fogueiras que iluminavam as praças sombrias do paganismo, outros jogados às feras no imponente coliseu romano (que permanece em pé até hoje).

Hoje, não se têm notícias, pelo menos diretamente, de crentes que foram queimados vivos ou jogados aos leões, embora seja evidente a triste realidade que ainda há países onde a igreja é perseguida. A tática destruidora de Satanás hoje é mais sutil, cruelmente disfarçada. Fazendo valer aquela velha frase: “se não posso vencer o inimigo; alio-me a ele”. A arma mais eficiente do diabo nos últimos tempos chama-se engano, que já ultrapassou até mesmo as fronteiras da Igreja de Cristo.

Em Mateus 24:4-8, nosso Senhor advertiu a seus discípulos quanto aos acontecimentos catastróficos do tempo do fim. Jesus enumera muitos perigos assustadores. Mas um perigo em especial, chama-nos à atenção: “Vede que ninguém vos engane...” diz o Senhor. O engano é perigoso, pois ele sempre será sutil. O grande perigo que ronda à Igreja de Cristo não é o Islamismo, Hinduísmo, Budismo ou qualquer outro “ismo” que tenha por aí. Esses nós já sabemos que são advindos de Satanás, e como crentes, imediatamente, rechaçamos suas doutrinas maléficas. O grande perigo ameaçador está dentro da própria igreja. Não se assuste, ele está lá! O evangelho adulterado, que não é o Evangelho de Cristo (Rm. 1:16; Gl. 1:8-9), este é o maior perigo do nosso tempo. Ele convive paralelo ao Evangelho restaurador, mas seu objetivo é manter multidões tão ocupadas e satisfeitas consigo mesmas, que não valorizam o sacrifício expiador de Cristo.
Nesse evangelho falsificado, mascarado pela mentira, não se ouve falar sobre pecado, salvação, perdão, arrependimento. As palavras preferidas nesse evangelho de meia tigela são “fogueira santa”, “corredor das bênçãos”, “cantinho dos milagres”, “culto da prosperidade” e até mesmo, pasmem, “sal grosso”.

A chamada “indústria da fé” com as suas multinacionais estão avançando assustadoramente. As igrejas do “sucesso absoluto” estão por toda parte usando o sagrado nome de Deus, assim como fez a Igreja Católica Apostólica Romana na Idade Média, que ludibriou milhões de miseráveis, roubando-lhes o pouco que tinham em troca de indulgências (perdão dos pecados). Hoje, o comércio inescrupuloso da fé é mais sofisticado. Vai da “rosa vermelha”, passando pelo “óleo ungido” até chegar na “água do Rio Jordão”. Quanta imaginação! O engano doutrinário é como uma erva daninha que cresce no trigal de Deus. Hoje, estamos no tempo do “parece mas não é” (Mt. 13:24-29).

Se somos cristãos autênticos, então é hora para vivermos e assumirmos o que somos. Não há tempo para brincadeiras de “igrejinha”. Estamos em meio à uma guerra travada. É hora de cessarmos com as “picuinhas domésticas” que muitas vezes criamos por falta do que fazer, e partirmos decisivamente para a luta.

Há muito por fazer enquanto o Senhor não vem.

Os judeus serão salvos?

Sim! Não só serão salvos no futuro, como também podem sê-lo no presente. Entretanto esta última situação tem sido mais difícil devido o endurecimento natural que existe por sua incredulidade. Devemos entender que Deus tem um relacionamento especial com este povo (assim como tem com a sua Igreja que é diferente de Israel), pois por Sua misericórdia o elegeu e separou dentre todos os povos para ser o Seu povo. Esta é a tônica do livro de Gênesis e a proposição da promessa abraâmica (Gn 12:1-3). A promessa de Deus à Abraão possui um aspecto territorial e étnico (nação – Gn 12:2) e foi estabelecida de forma incondicional e eterna (Gn 17:7-8), sendo confirmada aos seus herdeiros Isaque (Gn 26:3,4), Jacó (Gn 28:13,14) e ampliada à Davi (1º Sm 7:12-16). Portanto o Senhor tem um compromisso de fidelidade para com este povo. Contudo o povo rebelou-se contra o Senhor (cf. Jr 8:4-8) e foi, por isso, exilado. Mas, antes de cumprir o Seu juízo, o Senhor trouxe uma esperança sobre um “remanescente” (cf. Is 4:2-6; 6:13) e uma “nova aliança” (cf. Jr 31:33-34), na qual afirma: “todos me conhecerão”. De fato, o Messias, o Senhor Jesus Cristo, veio e os judeus não o reconheceram (cf. Jo 1:11). Paulo afirmou esta mesma verdade na sua epístola aos Romanos (cf. Rm 10:16-21). Em virtude da rejeição de Jesus como Messias, pensa-se que os judeus foram rejeitados, ou seja, perderam a oportunidade de serem salvos. Se esta for uma concepção correta, o que dizer das promessas de caráter eterno de que eles são povo e nação exclusiva de Deus? (Lembre-se de que Israel não é a mesma coisa que Igreja!). Paulo explica esta situação no capítulo onze de Romanos. Observe os seguintes versos: “Deus não rejeitou o seu povo, a quem de antemão conheceu” (v. 2a); “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça” (v. 5). Paulo argumenta ainda que a rejeição deles pelo Messias trouxe-nos um grande benefício, visto que fomos alcançados pela graça, apesar desta verdade já estar incluído na promessa abraâmica. Observe o que diz o verso 11: “Mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes”. Este endurecimento, ou seja a rejeição de Israel em reconhecer Jesus como Messias, não é final, mas até ao momento quando completar “a plenitude dos gentios” (cf. Rm 11:25). Neste momento, o Senhor retornará a sua lida com o Seu povo segundo a declaração do apóstolo (Rm 11:26-29): “E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados. Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas; porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”. Este é um assunto por demais extenso, mas espero ter sido claro e sintético na exposição.

11 de junho de 2010

Exegese, Hermenêutica e Homilética

O QUE É EXEGESE ?
O processo pelo qual o intérprete visa o texto bíblico em busca de sua história e do seu sentido primeiro.
O papel da exegese é através da consciência de onde veio buscar interpretar o sentido que o texto teve no seu contexto e como ele pode servir para mim hoje.
Na exegese bíblica busca-se estabelecer o significado do texto e realizar uma averiguação subjetiva dos resultados, procurando desenvolver métodos para superar as dificuldades encontradas na compreensão de um texto bíblico. A exegese deve evitar soluções simplistas, mas seguir rumos históricos e críticos. Contudo, as diferentes formas de leitura se distinguem pela finalidade e pela intensidade do estudo, pelo grau de reflexão, etc.
Exegese é diferente de "eisegese", neste processo o interprete projeta sobre o texto as suas próprias ideias.
O QUE É HERMENÊUTICA ?
É a ciência da interpretação (busca o recurso da interpretação do texto). Ciência que objetiva a compreensão dos sentidos que marcam um texto. A Bíblia não pode e nem deve ser interpretada ao bel-prazer. A interpretação bíblica requer princípios aceitos pela ortodoxia bíblica.
Não esqueça os livros lemos para saber o que tem na alma do autor, a Bíblia lemos para saber o que temos na nossa alma.
A partir da hermenêutica percebemos que há uma distancia entre texto e leitor:
O QUE É HOMILÉTICA ?
A Homilética é ciência que ensina como preparar e comunicar sermões, a arte de pregar. A homilética é um instrumento que ajuda o pregado a organizar os pensamentos de tal forma que facilita a exposição do sermão, porém de forma alguma anulará a inspiração do Espírito Santo. A preleção nos possibilita diferentes formas e possibilidades de elocução Homilética. A Homilética envolve toda a pregação e a liturgia do culto. "O conhecimento da forma ao corpo do sermão, enquanto que a unção do Espírito é a vida deste corpo" IIPe.3,18.
A palavra homilética vem do grego, "homiletike", e significa ensino, conversa, assim nos dias apostólicos a pregação cristã era feita nas casas em forma de conversação.
É preciso atentar que pregar não é apenas fazer discurso, mas é falar em nome daquele que nos enviou – Deus ICo.1,21; Is.52,7; Rm.10,15 . O conceito bíblico de pregação é o anuncio das Boas Novas do Evangelho. Para a proclamação do kerigma, isto é, da mensagem que deve ser obtida na dependência do Espírito Santo, sabendo-se que, quem prega fala da parte de Deus. Outra questão relevante refere-se à vida do pregador. Aquele que prega necessita que sua vida seja coerente com aquilo que ele fala. Segundo Josué Gonçalves "VIVER PREGANDO E PREGAR VIVENDO", as nossas atitudes dizem muito mais que nossas palavras. A credibilidade e a autoridade do pregador esta no viver o que prega e isto significa que primeiro a mensagem fez efeito na nossa vida e podemos falar com convicção, ser testemunha, oferecer algo provado e aprovado, caso contrário corremos o risco de agir com hipocrisia. Por exemplo, um pregador ministra sobre harmonia familiar e a palavra não condiz com sua vida prática, corre o risco de ser desacreditado.
Além disso, para ser bem sucedido neste ministério é preciso ser chamado por Deus, isto é, vocacionado para esta obra Ef,4,11 "Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres". Todos os salvos foram chamados com uma vocação, porém existe a chamada especifica. Para ser um bom obreiro é preciso compreender sua chamada e a sua vocação.
A prática do exercício da pregação exige sacrifícios, tais como oração, estudo, dedicação, comunhão, entre outros. Devido este esforço muitos tem se acorvadado e negligenciado a tarefa. Que Deus levante em nosso meio, homens e mulheres com a disposição do apóstolo Paulo, com intrepidez e compromisso. Assim sendo, o Evangelho continuara transformando e abençoando vidas.

4 de junho de 2010

Pastores da telinha. Decada de 70/80

Pastores da telinha

Pare e dê uma olhada na sociedade brasileira dos anos 70 até nossos dias. Veja as conseqüências do que se pode chamar de modernização e não esqueça de suas bases capitalistas. Constate suas transformações e como elas afetaram diretamente a forma de discurso das igrejas.
A modernização trouxe alguns questionamentos para as igrejas em nível ideológico, como seu desempenho na sociedade moderna. Realmente, frente a tantas mudanças, o trabalho das denominações religiosas com a nova sociedade massificada tornou-se praticamente nulo. O que quase obrigou a igreja a repensar sua forma de abordagem e renovar algumas peculiaridades para não perder seus fiéis.
Segundo Felix Wilfred, em artigo para a Revista Internacional de Teologia, as religiões em fase da globalização teriam que passar por uma metamorfose. Noutras palavras, transformar-se numa religião com embalagem atraente para ser acoplada pela aldeia global.
Além das mudanças, surge a competição ideológica. As igrejas não enfrentam apenas a sociedade moderna, mas a indústria cultural. A força desta indústria só tem aumentado se tornando uma briga desleal para igreja. É a mídia que passa a definir os padrões éticos da sociedade. Exatamente a área de atuação da igreja. 
O ditado "se não pode com ele, junte-se a ele" surgiu como uma alternativa; e assim se fez. E eis que para igreja tudo pareceu muito bom. Cunhou-se assim o nostálgico termo "igreja eletrônica", que compreende a explosão dos programas religiosos, em especial evangélicos.
Vale lembrar que a televisão brasileira começou com um padre, o Frei Mojica. Este surgiu no vídeo cantando seus antigos sucessos, na primeira transmissão da TV Tupi de São Paulo, em julho de 1950. 
Uma década à frente, figuras de televangelistas, como Rex Humbard, Jimmy Swaggart, Pat Robertson e Benhard Johnson se tornaram "parte da família" de milhares de lares brasileiros. Os programas eram transmitidos geralmente aos sábados ou domingos pela manhã, campeões de audiência entre o público cristão. Suas características? Carisma, eloqüência, emoção. Enfim, comunicadores em potencial. 
Nos Estados Unidos, a igreja eletrônica ganhou força na década de 60, no meio da tensão e confusão social causada pela Guerra do Vietnã. Geralmente as igrejas ficavam repletas depois de abalos como este. As pessoas buscavam paz e segurança em Deus. Essa explosão foi reflexo da insegurança da época, como ocorreu após o atentado terrorista de 11 de setembro.
Com a onda de religiosidade e misticismo exacerbada, os pastores perceberam que a TV era uma forma eficaz para alcançar maior número de pessoas. A pregação passaria a ser em larga escala, alcançando mais resultados que os cultos. Com todo o clima a favor das igrejas, a idéia rapidamente se alastrou pelos Estados Unidos e por todo o mundo, até chegarem ao Brasil.

O pioneiro 

O pastor Rex Humbard era mais que um pastor, um gênio de acordo com Carlos Cabral, em artigo para a revista eletrônica Telecentro. Conseguia reunir multidões nos estádios e auditórios. Sua função era pregar, gritar, chorar e arrecadar dinheiro, é claro.
Humbard foi o primeiro a deixar sua marca na TV brasileira. Sua pregação era conservadora e seu discurso baseado nos valores familiares. Como testemunho, sua família também participava dos programas. Maudee Aimee, seus dez filhos e dezenas de netos, todos em trajes comportados, cantavam hinos com o pregador.
Seu apogeu foi marcado em 1982 quando colocou 180 mil pessoas dentro do Maracanã, no Rio. Rex Humbard também ficou famoso por ter sido o pastor de Elvis Presley em seus últimos anos de vida e juntamente com o reverendo C. W. Bedley dirigiu a cerimônia fúnebre do cantor.
Foi Humbard que trouxe a benção do copo d'água a distância. Usada até hoje num dos programas da Record, em que um pastor abençoa o copo com água de todos os telespectadores. Ele começou sua carreira na Tupi, mas com o fechamento da TV outros canais começaram a transmitir seus programas.

Digno de Hollywood 

Com o tempo, apareceram alguns sucessores. Surgia no vídeo de outras emissoras mais um pastor. O principal dele era Jimmy Swaggart, o showman da fé. Ele viajava o mundo fazendo seus milagres. 
Com seu um metro e oitenta, cabelos louros e pelo jeito bem "enxuto" como diriam algumas fiéis - ou fãs, como queira -, Swaggart também conquistou multidões com seu talento. Além de pregar, ele cantava, chorava, gesticulava e fazia suas interpretações diante das câmeras. Quando Swaggart esteve no Maracanã, em 1987, teve direito a limusine, batedores, camarim, plumas e paetês. Um verdadeiro astro hollywoodiano.
Ele era pastor da Assembléia de Deus em Baton Rouge, Chicago. Sua pregação, carregada de apelo emocional, transmitia a ideologia norte-americana. Além de pregar contra o comunismo, Swaggart financiou a campanha contra o governo sandinista da Nicarágua.
Houve até comentários que ele seria o sucessor natural de outra figura do televangelismo, o pastor batista Billy Graham, que viajou o mundo fazendo seus programas religiosos e se consagrando uma mega-estrela deste segmento.


Escândalos


Em 1981, surgia Roberto Lemgruber. Na verdade, ela era mais milagreiro que pregador. Curava cegos, surdos e mudos e aumentava audiência do programa O Povo na TV, no então recém-nascido SBT. Até que alguém descobriu o farsante. Suas curas não eram verdadeiras. Lemgruber fez seu último "milagre" e desapareceu.
Com o passar do tempo, escândalos como este foram surgindo. Além das farsas, problemas financeiros e morais marcaram o fim da igreja eletrônica. Ao contrário de Billy Graham, que manteve sua integridade pessoal, Jimmy Swaggart se envolveu em um escândalo sexual de repercussão mundial. Depois de comprar briga com o pastor Bakker, acabou pagando o preço. O pastou flagrou Swaggart entrando num motel com diversas prostitutas. Diante da cena, ele só teve o trabalho de confessar. O programa logo saiu do ar no Brasil. Este foi só um dos casos.
Mesmo que a igreja eletrônica da década de 60 e 70 tenha desaparecido, ela foi a grande propulsora dos programas evangélicos que invadem a TV atualmente. O televangelismo deste pastores foi também precursor do surgimento de uma igreja que em 1977 surgiu para revolucionar tudo o que existia na TV.
Começando no subúrbio do Rio, o famoso bispo Edir Macedo Bezerra passou a ocupar os horários das rádios e televisores do País. Algum tempo depois, a Igreja Universal do Reino de Deus comprou um canal na TV aberta e passou a concorrer com as grandes emissoras.
Assim, a religião se tornou parte da indústria cultural. Uma coisa é certa: quanto mais sentidos são estimulados numa pessoa, menos eficaz é a mensagem. A TV, em certo sentido, atinge todos. A mensagem é tão mastigada e pronta que não permite uma mínima reflexão. Assim, as igrejas começaram a trabalhar como uma empresa. E como a indústria cultural faz da cultura, um bem que se vende para a obtenção de lucro

Tipos de pregadores do evangelho.

Conheçamos alguns tipos de pregador e seus públicos-alvos:
PREGADOR HUMORISTA
Diverte muito o seu público-alvo. Tem habilidade para contar fatos anedóticos (ou piadas mesmo) e fazer imitações. Ele é como o famoso humorista do gênero stand-up comedy Chris Rock (que aparece na imagem acima). De vez em quando cita versículos. Mas os seus admiradores não estão interessados em ouvir citações bíblicas. Isso, para eles, é secundário.
PREGADOR “DE VIGÍLIA”
Também é conhecido como pregador do reteté. Aparenta ter muita espiritualidade, mas em geral não gosta da Bíblia, principalmente por causa de 1 Coríntios 14, especialmente os versículos 37 e 40: “Se alguém cuida ser espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor... faça-se tudo decentemente e com ordem”. Quando esse tipo de pregador (pregador?) vê alguém manejando bem a Palavra da verdade (2 Tm 2.15), considera-o frio e sem unção. Ignora que o expoente que agrada a Deus precisa crescer na graça e no conhecimento (2 Pe 3.18; Jo 1.14; Mt 22.29). Seu público parece embriagado e é capaz de fazer tudo o que ele mandar.
PREGADOR “DE CONGRESSO”
Entre aspas porque existe o pregador de congresso que faz jus ao título. Mas o pregador “de congresso” anda de mãos dadas com o pregador “de vigília”, mas é um pouco mais famoso. Segundo os admiradores dessa modalidade, trata-se do pregador que tem presença de palco e muita “unção”. Também conhecido como pregador malabarista ou animador de auditórios, fica o tempo todo mandando o seu público repetir isso e aquilo, apertar a mão do irmão ao lado, beliscá-lo... Se for preciso, ele gira o paletó sobre a cabeça, joga-o no chão, esgoela-se, sopra o microfone, emite sons de metralhadora, faz gestos que lembram golpes de artes marciais... Exposição bíblica que é bom... quase nada!
PREGADOR “DE CONGRESSO” 2
Existe um tipo de pregador “de congresso” mais agressivo. É aquele que tem as mesmas características do pregador anterior, mas com uma “qualidade” a mais. Quando percebe que há no púlpito alguém que não repete os seus bordões, passa a atacá-lo indiretamente. Suas principais provocações aos seus “desafetos” são: “Tem obreiro com cara de delegado”, “Hoje a sua máscara vai cair, fariseu”, “Você tem cara amarrada, mas você é minoria”. Estas frases levam o seu fanático público ao delírio, e ele se satisfaz em humilhar as pessoas que não concordam com a sua postura espalhafatosa.
PREGADOR POPSTAR
Seu pregador-modelo é o show-man Benny Hinn, e não o Senhor Jesus. É um tipo de pregador (pregador?) admirado por milhares de pessoas. Já superou o pregador “de congresso”. É um verdadeiro artista. Veste-se como um astro; sua roupa é reluzente. Ele, em si, chama mais a atenção que a sua pregação. É hábil em fazer o seu público abrir a carteira. Seus admiradores, verdadeiros fãs, são capazes de dar a vida pelo seu pregador-ídolo. Eles não se importam com as heresias, modismos e maus exemplos que ele propaga. Trata-se de um público que supervaloriza o carisma, em detrimento do caráter.
PREGADOR MILAGREIRO
Também tem como paradigma Benny Hinn, mas consegue superar o seu ídolo. Sua exegese é sofrível. Baseia-se, por exemplo, em 1 Coríntios 1.25, para pregar sobre “a unção da loucura de Deus”. Cativa e domina o seu público, formado por pessoas que não estão interessadas em ouvir uma exposição bíblica; o que mais elas desejam é ver sinais e fenômenos controversos. Em geral, o pregador milagreiro, além de ilusionista e “poderoso” (Dt 13.1-4), é aético e sem educação. Mesmo assim, ainda que xingue ou ameace os que se opõem às suas sandices e invencionices, o seu público é fiel e sempre diz “aleluia”.
PREGADOR CONTADOR DE HISTÓRIAS
Conta histórias como ninguém, mas não respeita as narrativas bíblicas, acrescentando-lhes pormenores que comprometem a sã doutrina. Costuma contextualizar o texto sagrado ao extremo. Ouvi certa vez um famoso pregador dizendo: “Absalão, com os seus longos cabelos, montou na sua motoca e vruuum...” Seu público — diferentemente dos bereanos, que examinavam “cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17.11) — recebe de bom grado histórias extrabíblicas e antibíblicas.
PREGADOR “MASSAGISTA”
É hábil em dizer palavras que massageiam os egos e agradam os ouvidos (2 Tm 4.1-5). Procura agradar a todos porque a sua principal motivação é o dinheiro. Ele não tem outra mensagem, a não ser “vitória”, principalmente a financeira. Talvez seja o tipo de pregador com maior público, ao lado dos pregadores humorista, popstar e milagreiro.
PREGADOR SEM GRAÇA
É aquele que não tem a graça de Deus (At 4.33). Sua pregação tem bastante conteúdo, mas é como uma espada: comprida e “chata” (maçante, enfadonha). Mas até esse tipo de pregador tem o seu público, formado pelos irmãos que gostam de dormir ou conversar durante a pregação...
PREGADOR CHAMADO POR DEUS
Existem poucos exemplares desse tipo de pregador, o qual corre perigo de extinção. Ele prega a Palavra de Deus com verdade (2 Tm 4.4,5); foi chamado por Deus para fazer isso e é fiel à sua chamada (1 Tm 2.7). Estuda a Bíblia diariamente. Ora. Jejua. É verdadeiramente espiritual. Tem compromisso com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus. Seu paradigma é o Senhor Jesus Cristo, o maior pregador que já andou na terra. Ele não prega para agradar ou agredir pessoas, e sim para cumprir o seu chamado. Seu público — que não é a maioria, posto que são poucos os fiéis (Sl 12.1; 101.6) — sabe que ele é um profeta de Deus. Esse tipo não chama muito a atenção das agências de pregadores. A bem da verdade, estas também sabem que nunca poderão contar com ele...
Ciro Sanches Zibordi

3 de junho de 2010

Pregação ou palhaçada?

Tá virando moda hoje em dia . . . um artista sai da mídia, e como ultima saída para não cair no esquecimento, ele se "converte", e sobe no altar com esse perfil que vocês podem ver.

Que Deus tenha misericórdia.Abaixo coloco um vídeo, que na minha opinião é um verdadeiro desrespeito com a Igreja e a Palavra de Deus.

2 de junho de 2010

Diferença entre a bíblia católica e protestante

A diferença entre a bíblia católica e a bíblia protestante é que naquela católica há 7 livros do Antigo Testamento que não existem na versão protestante. Esses livros são:
* Tobias
* Judite
* Sabedoria
* Eclesiástico
* Baruc
* 1 Macabeus
* 2 Macabeus
(além de trechos de Ester e Daniel - Ester 10,4-16,24; Daniel 3,24-90; 13-14).
Responder a sua pergunta significa entender porque esses livros não entraram na bíblia protestante. É importante dizer que se entendemos bíblia protestante como aquela pensada por Lutero, não é verdade que esses livros não estavam ali. Lutero os traduziu para o alemão, mas os colocou como um anexo, chamando-os de “apócrifos”. O mesmo lutero relativisou o valor também de outros livros como a Carta aos Hebreus, Carta de Tiago, Carta de Judas e o Apocalipse, mas esses livros não foram excluídos da bíblia protestante.
Deixando de lado a discussão sobre os livros do Novo Testamento, a questão sobre os 7 livros excluídos (ou inseridos!) do Antigo Testamento é muito antiga; é da época da igreja nascente, do primeiro século da era cristã.
Esses 7 livros foram escritos em grego e faziam parte da versão chamada “setenta”, que é uma tradução da bíblia hebraica para o grego, feita aproximadamente 200 anos antes de Jesus, no Egito. Essa versão da Bíblia continha todos os livros em hebraico do Antigo Testamento, traduzidos em grego, e também os 7 livros em questão. A comunidade cristã, no início, quando ainda não existiam os escritos do Novo Testamento, usava essa bíblia. O mesmo conjunto de livros era usado pelos judeus. Todavia, os judeus, em 89 depois de Cristo, fizeram um concílio e nessa época decidiram excluir da própria Bíblia os 7 livros em questão. O critério que motivou tal exclusão foi sobretudo a língua: os livros não eram escritos em hebraico e por isso não podiam ser considerados inspirados. Os cristãos, apesar disso, continuaram por sua estrada, usando tais livros.
É preciso, contudo, ter presente que a Bíblia não foi sempre a mesma durante os séculos. A lista dos livros que fazem parte dela foi definida durante os séculos e trata-se de um processo lento, concluído somente no período da Reforma, com Lutero e o Concílio de Trento. Foi nesse período que Lutero decidiu seguir a decisão dos judeus e invés a igreja católica, conforme as decisões do Concílio de Trento, seguiu a tradição, continuando a inserir na própria bíblia os 7 livros. A definição desta lista (chamada cânon) está intimamente ligada com o tema da inspiração, ou seja, saber se a obra escrita é inspirada ou não por Deus. Se é inspirada entra no cânon, caso contrário fica fora.

Qual o significado dos 4 animais em apocalipse?

O texto do Apocalipse diz: À frente do trono, havia como que um mar vítreo, semelhnante ao cristal. No meio do trono e ao seu redor estavam quatro Seres vivos, cheios de olhos pela frente e pro trás.


Esse simbolismo é inspirado em Ezequiel 1,5-21. Trata-se de 4 anjos que controlam o governo do mundo físico. Além disso 4 é o número cósmico (os 4 pontos cardeais). Os numerosos olhos simbolizam a ciência universal e a providência de Deus. Eles adoram a Deus e lhe tributam glória por sua obra criadora. Suas formas, como se lê no versículo seguinte (4,7), são Leão, novilho, homem e águia. Essas formas são consideradas símbolos, respectivamente, daquilo que tem de mais nombre, de mais forte, de mais sábio e de mais ágil na criação. Irineu, algum tempo depois, criou a tradição de ver nesses símbolos os 4 evangelistas.
Essas 4 figuras sustentam o trono sobre o qual Deus está sentado. O mais importante é exatamente notar como adoram a Deus, dando a ele glória. O universo se põe a serviço da obra potente de Deus.
Todo o Apocalipse é caracterizada por uma simbologia muito rica, que não tem como objetivo assustar os leitores, mas transmitir uma mensagem de esperança, usando uma linguagem que, embora a nós hoje parece estranha, era muito eficaz e conhecida pelos destinatários do livro.