17 de junho de 2011

A Nação de Israel não é a Igreja, bem como a Igreja não é a Nação de Israel

Na Bíblia Israel é representado pelos Doze Patriarcas e a Igreja, pelos Doze Apóstolos.
Assim ao escolher os doze apóstolos, o Senhor Jesus deixou claro que a igreja não seria uma seita dentro do judaísmo e nem a continuidade da Nação de Israel.
Israel era e continua sendo representado pelos Doze Patriarcas e a Igreja pelos Doze Apóstolos.
No céu João viu vinte e quatro anciãos – Apocalipse 4:10, representando Israel e a Igreja.
Assim, como colunas da igreja, colunas estas que se firmaram no contato direto com a base, a pedra fundamental que é Cristo, neste sentido, os doze apóstolos não poderiam ser substituídos, ou seja, não haveria, como de fato não houve uma sucessão apostólica.
Para preservar este princípio, na substituição de Judas, foi exigido que o substituto, tal como Judas, tivesse acompanhado Jesus durante todo seu ministério –
" É necessário, pois, que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição" - (Atos 1:21-22 ).
A Nação de Israel até hoje não mudou. Ela é formada por Doze Tribos oriundas dos Doze Patriarcas.
Também, é claro que, conforme vimos, com a morte de Judas, a igreja não poderia ter ficado com apenas onze apóstolos.
Tinha ser doze e estes doze tinham que ter convivido com Jesus, em sua vida terrena, bem como tinham que ser testemunhas de sua morte e ressurreição.
Segundo ensina Champlin –
" Na boca daqueles doze homens, pois, toda palavra foi confirmada, e através deles a recém-formada comunidade cristã tinha sua autoridade religiosa. Assim, pois, em todos os séculos, incluindo os nossos tempos modernos, a autoridade da igreja cristã repousa, em última análise, sobre os apóstolos. É por esta razão que eles formam o alicerce ou fundamento da igreja cristã, segundo nos mostra Efésios 2:20 -
" Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina" - (Efésios 2:20 ).
Engana-se, mais uma vez, a Igreja Católica Romana quando defende a sucessão apostólica através da pessoa dos bispos!
Uma marca externa ou um símbolo para pertencer ao judaísmo
Na Aliança que Deus fez com Abraão, foi estabelecida uma marca ou um sinal que iria identificar os descendentes de Abraão, este sinal foi a circuncisão. Assim, o descendente de Abraão, uma vez circuncidado podia pertencer à religião conhecida por judaísmo.
O mesmo era exigido para o gentio que se converte ao judaísmo. Paulo, contudo, deixou claro que o sinal externo podia não corresponder com a sinceridade interior.
Era possível pertencer ao judaísmo, apenas na aparência
" Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus" - (Romanos 2:28-29 ).
Uma marca externa ou um símbolo para pertencer à igreja
Este sinal estabelecido por Jesus é o batismo nas águas. É, pois, através deste sinal que o homem, externamente, tal como acontece, ainda, com o judeu em relação ao judaísmo, declara-se pertencer à Igreja de Cristo.
Porém, da mesma forma, segundo a qual Paulo disse acontecer com Israel, nem todos os que são batizados nas águas pertencem à Igreja Universal e Invisível.
2- A Trindade na formação da Igreja
Assim, como o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão representados na formação de Israel, também a mesma Trindade está representada na igreja. Esta a razão pela qual o batismo nas águas, conforme foi instituído por Jesus deveria e deve ser feito –
"...em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" - ( Mateus 28:19)
Deus Pai, de forma isolada, não formou Israel, também Jesus, sozinho, não formou a igreja.
A fórmula do batismo nas águas
Fórmula fala de um modo já estabelecido para executar ou resolver uma coisa com palavras precisas e determinadas.
Assim, para se chegar ao objetivo proposto não se pode alterar o que está prescrito na fórmula.
Temos visto que, quanto a forma, o batismo nas águas deve ser por imersão.
Existe, contudo, uma fórmula segundo a qual o batismo nas águas, por imersão, deve ser realizado. Para nós, ou melhor, para a doutrina bíblica aceita pela igreja da qual fazemos parte, a fórmula do batismo nas águas está prescrita em Mateus 28:19
" Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" - (Mateus 28:19 ).
Esta fórmula foi prescrita pelo próprio Senhor Jesus e mudá-la pode ser um ato de contestação ao Seu senhorio.
Existe uma razão para a presença da Trindade no batismo nas águas
Aos saduceus, o Senhor Jesus disse –
"...errais, não conhecendo as Escrituras...." - ( Mateus 22:29)
Ainda hoje, por não conhecer as Escrituras muitos continuam errando! Quem conhece um pouco das Escrituras, de forma especial da Doutrina da Salvação, pode entender a razão pela qual o Senhor Jesus ordenou que o batismo nas águas, o ato pelo qual o homem testemunha sua salvação, precisa ser realizado " em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo".
Com esta fórmula o Senhor Jesus deixava claro que não queria unicamente para Ele a glória e o mérito da salvação declarada pelo homem através do batismo nas águas.
Isto porque a salvação não foi obra apenas de uma das pessoas da Trindade, mas, das três.
1- O Pai planejou e desenvolveu o plano de salvação.
2- Ao Filho, Jesus, coube a execução desse plano.
3- Ao Espírito Santo coube, e ainda cabe ministrar e aplicar a salvação no coração do homem que crer.
Desta forma, assim como houve uma razão para a presença da Trindade na formação de Seu povo, Israel, também houve e continua havendo uma razão para a presença da mesma Trindade em relação a Igreja, o novo povo de Deus, na terra.
No Antigo Testamento o povo que recebeu o sinal da Trindade como marca identificadora de ser o povo de Deus, foi formado através de Doze Patriarcas.
No Novo Testamento, o novo povo de Deus, com características semelhantes é representado na pessoa dos Doze Apóstolos.

10 de junho de 2011

Sermão – Vivendo como Salvos

Exórdio:

Cumprimento à todos os colegas de classe com a Paz do Senhor.

Saibam que sinto uma imensa satisfação, por esta oportunidade que me é concedida, em primeiro lugar por Deus, e também pelo corpo docente deste seminário, de poder ministrar a Palavra entre vocês.

Quero agradecer também ao professor Eneas, que no decorrer deste semestre nos possibilitou técnicas e experiência necessárias, e através deste aprendizado, pude elaborar esta mensagem.

Peço por gentileza, que os irmãos abram as suas bíblias[1], em Romanos, capítulo 13, dos versículos 8 até o 14, e me acompanhem na leitura:

8 - A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.

9 - Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

10 - O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.

11 - E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé

12 - A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.

13 - Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja.

14 - Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.

Intróito:

Neste texto, o apóstolo Paulo escreve aos cristãos que vivem em Roma, algumas condições indispensáveis, para o crente viver verdadeiramente como salvo, ou seja, o fruto do Espírito, que só existe no crente salvo.

E nós, será que estamos vivendo como salvos?

O que é preciso para viver como salvo?

Corpo sermonário:

1 – Para viver como salvo, é preciso ser salvo

Para viver como salvo, não basta apenas dizer “sou crente”, ou como muitos estão preferindo dizer – “agora sou evangélico”.

Isso pode significar somente uma mudança de religião, onde a maioria – católicos (não praticante, para ser mais enfático), resolvem tornar-se membros de uma denominação evangélica, porém não tiveram uma experiência de conversão, um novo nascimento, enfim, não houve uma regeneração – o velho homem não “morreu”!

Assim, estas pessoas, mesmo com rótulo de crente; com cartão de membro da igreja evangélica, participantes da santa ceia, continuam praticando as mesmas obras pecaminosas que praticavam antes da sua “conversão”, ou seja, o “velho eu” não foi crucificado com Cristo, e as coisas velhas, na verdade, não se passaram.

Para este tipo de pessoa, em II Co 5:17, o apóstolo Paulo deixa um recado:

Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

Spurgeon – conhecido como “O príncipe dos pregadores” diz em uma de suas obras:

Quando se adia a conversão é como um barco onde o capitão viu que este estava a perigo de afundar. Por sorte se aproximou outro barco, oferecendo ajuda. Porém este recebeu a resposta de que esperasse até a manhã seguinte para que se visse se a ajuda realmente era necessária. Quando escureceu o barco foi a pique, e o outro se afastou (naquela época não havia rádio).”

2 – Para viver como salvo, deve-se tornar uma nova criatura

É preciso adotar uma nova maneira de viver, e isso, “nenhum homem consegue com seu próprio esforço, para não se vangloriar”.

Percebam, que Paulo diz no versículo que citei há pouco tempo – “Assim, se alguém está em Cristo”, e não se alguém está numa igreja evangélica.

Saibam que em qualquer igreja evangélica é possível entrar, tornar-se membro através do batismo nas águas, porém, para entrar “em Cristo”, é somente através do “batismo em Cristo”, este último feito pelo Espírito Santo, conforme Paulo escreveu à igreja de Corinto:

Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. (I Co 12:13).

Para os crentes da Galácia ele diz assim:

“Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3:28)

Quero que saibam, que estar revestidos em Cristo, tem o mesmo significado de “estar em Cristo”. Isto só é possível, através da regeneração (nascer denovo), como já citei anteriormente.

3 – Mas, como vivem os salvos?

Biblicamente eu posso citar inúmeras virtudes que devem acompanhar àqueles que são verdadeiramente salvos, e vivem como salvos. Basta olhar para os atributos do próprio Deus, pois, à medida que nos regeneramos, e começamos a desenvolver em nós a santificação, recuperamos também aquela “semelhança” à imagem de Deus, que foi corrompida pelo pecado, ou seja, quanto menos pecamos (o ideal seria nunca pecar), mais refletimos a imagem de Deus.

Porém, nesta oportunidade eu estarei citando apenas duas delas, as quais ao meu ver, são de suma importância: amor e honestidade.

3.1 Amor

Olhem para os versículos 8 e 10, do capítulo de romanos que lemos no início desta Palavra, para que vejam como Paulo dá importância para o amor:

A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei”.

“O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor”.

O amor é um logotipo dos salvos! Jesus estabeleceu o amor como uma condição indispensável para identificar os seus discípulos, e nós, como discípulos autênticos de Jesus, temos que carregar essa característica conosco.

Só para dar mais firmeza ao que acabei de expor, vejam só o que o Senhor Jesus diz no Evangelho de João, capítulo 13 e versículo 35:

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.

Notem irmãos, que o Senhor Jesus estabeleceu essa condição como “um novo mandamento”:

Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis”. (Jo 13:34)

Os crentes da igreja primitiva, e também os de hoje, foram e são ensinados a viver em amor. Vejam só o que dizem os Apóstolos João e Pedro, em suas epístolas:

“Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte” (I Jo 3:14)

“Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (I Jo 3:18)

“Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro” (I Pe 1:22).

O amor continua sendo, hoje, uma das maneiras de identificar os crentes, que estão vivendo como salvos.

Com isso deixo uma pergunta, para vocês apenas refletirem; não precisam me responder:

Vocês estão vivendo em amor?

Agora meus amados, vou citar um outro atributo, indispensável àquele que vive como salvo – a honestidade.

3.2 Honestidade

Honestidade é uma característica de uma pessoa de bom caráter, honrada, moralmente irrepreensível.

Ser honesto é o mesmo que ser alguém de confiança, que zela pelo seu nome e cumpre sua palavra. Honestidade é um dos atributos do nosso Deus, e nós, para sermos semelhantes à Ele, temos não só por obrigação, mas também por gozo – ser honesto.

Para a Bíblia, um bom nome é considerado algo muito precioso.

Vejam o que Salomão diz em um dos seus provérbios:

“O que ama a pureza de coração, e é amável de lábios, será amigo do rei” (Pv 22:11)

Trazendo este ensinamento para os nossos dias, podemos dizer que aquele que é “limpo” (honesto), tem comunhão com o Rei (Jesus).

Ser honesto é indispensável para quem deseja ser um obreiro. Vejam o que Paulo diz em sua primeira epístola à Timóteo, pastor por ele constituído, para pastorear a igreja de Éfeso:

“Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar” (I Tm 3:2).

É muito bom poder tratar de negócios com um obreiro, comprar, vender para ele, ouvi-lo pregar, e saber que se pode confiar em tudo que ele está falando, pois, biblicamente um obreiro tem que ser um homem confiável, pois ele é um salvo.

Vivendo em honestidade, ele é incapaz de mentir, de enganar, de prometer e não cumprir, pois zela por sua palavra.

Vejam o exemplo que Paulo dá à igreja de Corinto, quando fala de si próprio:

“Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens” (II Co 8:21).

Paulo apenas não tinha um viver honesto, mas exortava aos irmãos a procurarem as coisas honestas.

Vejam o que ele disse aos cristãos que viviam em Roma:

“A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens” (Rm 12:17)

Mais uma vez deixo uma questão para a igreja refletir:

Para viver como salvo, é preciso ser honesto. Você está vivendo em honestidade?

Conclusão:

Já concluindo a mensagem, quero apenas relembrar uns pontos da nossa mensagem:

a) Para ser salvo, não basta você mudar de religião, mas sim deixar as coisas velhas para trás, e tornar-se um imitador de Cristo, restaurando as características que nos faz parecermos com Deus.

b) Ninguém consegue ser semelhante ao Pai, a não ser com a Sua ajuda, portanto, roguem ao Senhor, para que se desenvolva em seu coração, os atributos do crente salvo, onde eu citei dois como principais, o amor e a honestidade

c) Deus é amor, portanto, se querem ser parecidos com Deus, amem, inclusive aos que te odeia.

Jesus disse em Mateus 5:44:

“Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus”;

Não é na hora que o navio bate na rocha que o comerciante se preocupa com as mercadorias, mas antes de sair o navio. Não espere o dia final para cuidar de sua vida espiritual”. (Spurgeon)

d) Cristão verdadeiramente salvo é, e continuará sendo confiável; cumprirá suas promessas, mesmo sem haver um contrato escrito, pois ele tem seu nome à zelar, e fará isso em nome de Jesus.

e) Crente salvo não aceita seu nome na sarjeta. Ele aprendeu com Jesus e cumpre sua palavra de modo que: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna” (MT 5:37).

Apelo

Que a partir deste momento, todos os presentes tomem consciência de como estão vivendo, e analisem os seus frutos, e busquem ajuda do Alto, para viver uma vida verdadeiramente em Cristo.

Eu tenho a certeza, que além dessas duas qualidades que falei nesta oportunidade, os irmãos descobrirão uma infinidade de virtudes que o nosso Deus têm para adicionar na sua maneira de viver.

Peço a igreja que se coloque em pé, para que oremos ao nosso Senhor, afim de que Ele lapide o nosso coração, e encha-nos com as suas virtudes.

- Uma breve oração, sem palavras rebuscadas é feita junto com a igreja, afim de alcançar também àqueles que nunca tiveram na casa do Senhor, não somente os religiosos (crentes nominais).

Agradeço esta oportunidade, em nome de Jesus!

Eduardo


[1] Eu usei a Bíblia ACF (Almeida Corrigida Fiel), por ser uma das mais encontradas nas igrejas.