20 de fevereiro de 2010

Balada gospel!?

Baladinha rolando, muita gente bonita...Existem aqueles que torcem o nariz, outros que apoiam a idéia. A verdade é que o termo “balada gospel” não é novidade no meio jovem evangélico e ainda divide opiniões. Será mesmo válido usar de todos os artifícios para o evangelismo jovem, meio de tão difícil acesso aos conservadores cristãos? Ou será apenas mundanismo, uma forma de mascarar uma latente necessidade do jovem cristão de aparentar e se divertir cada vez mais com os jovens do mundo, sem isso pesar na consciência?

DJ PastorAqui em São Paulo existe um ministério que é voltado inteiramente para esse evento. Aliás, o próprio ministério se chama “Balada Gospel” (baladagospel.com.br), criado pelo pastor Anderson, ou simplesmente DJ Pastor. É voltado para o rap e o hip hop e, segundo eles, possui uma taxa alta de frequentadores não evangélicos. Leia uma descrição do evento, disponível no site deles:

O principal objetivo de nosso baile é trazer as pessoas que estão no mundo para dentro da Igreja, e Deus tem feito exatamente isto. O Baile Balada Gospel é uma estratégia, onde muitas pessoas tem comentado sobre os resultados. A média hoje do nosso baile, é de 700 pessoas, sendo que 80% não são evangélicas, Deus é fiel…

Entenda como funciona nossa Baile:

- Fazemos uma abertura com um trecho da palavra de Deus e em seguida uma oração, é quando então começa o agito com a galera.
- Dj Pastor vem tocando muita música gospel, passando pela black music, Hip-Hop, Charm, Reggae, Forró Universitário, Dance e outros estilos, lembrando que tudo o que rola no nosso baile é 100% Gospel.
- A última parte fica por conta da pregação da palavra de Deus, onde é feito um apelo e muitas pessoas acabam aceitando a Jesus como o único e suficiente Salvador.

Eu não sou ferrenho contrário a esse tipo de evento (apesar de, pessoalmente, não gostar); as pessoas têm a liberdade de evangelizar da maneira como acha próspera, desde que encarando isso com muita, mas MUITA sabedoria. É necessário delimitar limites para que, apesar de ser uma balada, não ser encarada como uma mundana qualquer. É necessário mostrar bem claramente que aquilo é apenas um meio de evangelismo, um diferencial, não algo que deva ser comum a todos os evangélicos. Respeitar quem é tradicional é uma forma de respeito com o próximo.

A real pergunta que fica é a seguinte: que tipo de evangélico é formado numa balada gospel? Ele vai adquirir os alicerces necessários para sustentar os valores de uma vida cristã? Ele vai entender a beleza da real liberdade em Cristo, uma liberdade que não é interpretada apenas por sons altos e música dançante, mas no dia-a-dia, nas atitudes, no andar com Deus?

Portanto, é um terreno perigoso. Existem outras formas de evangelismo a jovens que são tão ou mais eficazes que uma balada. É muito comum o culto dos jovens ter músicas mais dançantes, testemunhos e palavra mais descontraídos; mas isso dentro da igreja e acompanhado por pessoas com experiência no assunto. E a igreja evangélica vem passando por uma transformação na maneira como lida com os jovens; apesar de ainda faltar muito para ser “bom”, a necessidade vem fazendo com que igrejas antes ultra-conservadoras como a Assembléia de Deus, reestruture sua antiga cisma com os jovens. Mas isso é lento, muito lento ainda…

Baal, o maior erro de Israel

Deixaram o Senhor, Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito,e foram-se após outros deuses, dentre os deuses das gentes que havia ao redor deles, e os adoraram, e provocaram o Senhor à ira. Porquanto deixaram o Senhor e serviram a Baal e Astarote.” Jz 2:12,13

Esse texto é escrito em Juizes logo após a morte de Josué. Com a morte de Josué, acaba o ciclo de Moisés e a peregrinação. Os filhos de Israel já estão assentados na terra prometida, e já não são tantas as batalhas como na época de Josué ainda vivo. Porém naquela terra prometida havia um povo com seus próprios costumes, ritos e deuses; os cananeus. Esse povo foi disperso na ocupação de Israel, porém não foi totalmente dizimada. E esse restante foi o suficiente para que os filhos de Israel se contaminassem com sua cultura, mitos e imundícies. Sim, o povo eleito por Deus se deixou levar por crenças em deuses pagãos e se esqueceram do Deus que os tirara do Egito. Os versículos acima sintetizam bem como se inicia o ciclo dos juízes em Israel; a adoração a Baal, o esquecimento de Deus. Você já parou para pensar no porquê de Israel ter sofrido tal queda? Porque Deus sempre se refere a se prostituir? O que os seduziu a adorar outros deuses? Moda? Necessidade? Estupidez mesmo?

Nessa série de posts você vai saber mais sobre Baal, o deus que seduziu o povo escolhido.

E começaremos a falar sobre os cananeus. Até por volta de 2.200 a.C. eles eram um povo só, os filhos de Cã, filho de Noé, situados na região a beira mar e às margens do rio Jordão, praticamente onde hoje é Israel. Após essa data, houve uma migração do povo amorreu e hiteu para aquela região; misturando a cultura, religião e o modo de vida desses povos. Esse povo multi racial continuou a ser chamado de cananeu mesmo com toda a mistura.

Essa mistura étnica resultou na fusão de diversas religiões. Antes da migração do povo amorreu, segundo a mitologia cananéia, existia um deus supremo, EL (ou Dagon), que era o deus acima de todos os outros deuses. O povo amorreu trás consigo um novo deus, Hadade – deus do trovão, raio e fertilidade, que começa, segundo a mitologia, a se sobressair a EL. Isso é um sintoma típico da assimilação de religiões, no qual o deus local (EL cananeu) vai sendo substituído por um outro deus (Hadade amorreu).

O deus Hadade é o Baal que conhecemos, tão citado na Bíblia.Esse é o quadro religioso que os filhos de Israel encontram no início da conquista de Canaã, por volta de 1.406 a.C. De um lado Canaã que é uma nação que relaciona os deuses e os cultos ao tempo e às plantações. E, do outro lado, o povo de Israel que apesar de toda demonstração do poder de Yahweh, se contamina com todo esse panteão de deuses cananeus, principalmente Baal, ou Hadade.

Para os cananeus, até a migração do povo amorreu e hiteu para as terras de Canaã, EL era o nome do deus supremo, sobre todos os outros deuses. Isso deve ao fato dos cananeus descenderem diretamente de Noé através de seu filho Cã. Provavelmente após a maldição de Cã (Gn 9:25), ele se apartou levando consigo a cultura de seus pais, que adoravam a EL como Deus único e verdadeiro. A diferença é que os cananeus criaram diversos outros deuses para si, mas sempre respeitando EL como deus supremo em seu panteão de deuses.

Com a chegada dos amorreus, a mistura de raças e religiões trouxe diversos novos deuses. Dois deles citaremos em especial: Dagon e Hadade. Dagon (imagem ao lado) era o deus principal dos amorreus, esposo de Astarote (aquela que anda sobre as águas), pais de Hadade (Baal). Os amorreus imaginavam Dagon na forma de um peixe, deus da fecundação humana e da criação.

Devido a mistura de religiões entre cananeus e amorreus o EL cananeu foi assimilado ao Dagon amorreu, se tornando um só deus. Ficou o nome cananeu (EL) e a história de Dagon. Assim, o EL cananeu já nada tinha a ver com o EL de Israel. O EL cananeu era o pai de Baal e de outros deuses. Os filisteus, que viriam a ocupar aquela região tempos mais tarde, preferiam usar o nome Dagon, como visto em I Samuel 5:2-7.

Essa assimilação de religiões e deuses era muito comum naquela época. O EL cananeu também é associado ao deus Cronus grego (imagem ao lado). A história de Cronus e EL cananeu (Dagon) tem detalhes em comum: eram tiranos e foram derrotados pelo próprio filho que tomou sua posição de deus supremo. No caso de Cronus, foi derrotado por Zeus. No caso de EL cananeu (Dagon), foi derrotado por Baal. Notem quem tanto Zeus quanto Baal são deuses do trovão. Isso também é devido à assimilação de deuses.

Essa assimilação acontece porque os povos foram criados através da peregrinação. O mesmo povo foi se dispersando e levando consigo as mesmas histórias e crenças que, com o tempo, foram tomando suas próprias formas, mas nunca perdendo suas características em comum. Por isso, a palavra EL que primeiramente veio de Israel, depois foi se assimilando com outras culturas e tomando outros significados. Isso acontece também com a palavra Elohim (que significa deuses, mas no caso de Yahweh tem plural majestático).

Dessa forma podemos entender um pouco mais sobre a relação entre o Deus de Israel, o deus cananeu, o deus amorreu e até mesmo entre deuses gregos. E também podemos entender o porque da ira do Senhor contra os outros deuses, pois o povo utilizava o Seu Nome, ou um de seus nomes, em vão (Êxodo 20:7). Ou seja, para nomear outros deuses.

Vamos contar um pouco de historinha para entender melhor a novela mexicana que é a mitologia cananéia. EL era o pai de todos os deuses e tinha uma esposa, Astarote. Dentre todos os filhos ele nomeia Yammu (deus do mar) para ficar em seu lugar. Baal, como queria o trono, fica furioso e derrota Yammu. Outros dois irmãos de Yammu, vendo essa situação, se voltam contra Baal; eram eles Naharu (deus dos rios) e Motu (a morte). Baal é derrotado por Motu e enviado para as profundezas.

É aí que entra a irmã e amante de Baal, Anat, que o traz de volta da morte. Baal volta, manda Motu pra as profundezas e aniquila o próprio pai, EL, tomando assim não só o seu trono, como também a sua esposa, Astarote. Assim, EL cai no esquecimento e Baal se torna o deus principal da mitologia cananéia. Gostaram da historinha?

Pois bem, toda essa história foi criada pelos cananeus apenas para explicar porque o deus local deles (EL) foi substituído por Hadade, deus dos amorreus, que passou a ser chamado de Baal em Canaã (ver parte 2). Por Canaã ser totalmente dependente da chuva para suas plantações, foi muito conveniente tomar para si o deus da chuva do povo amorreu. Sim, Baal era deus da chuva, do trovão e da fertilidade do solo. Nada mais conveniente para um povo que vivia da agricultura. Para os cananeus, a chuva era o sêmen de Baal caindo sobre a terra, tornando-a fértil, como um homem torna fértil uma mulher com o seu sêmen.

Para os cananeus, Baal era o senhor do tempo; ele fazia chover, trovejar ou fazer sol. Ele era adorado principalmente nos montes, ou lugares altos. Mas podia também ser adorado em qualquer lugar que tivesse um Astarote (um pedaço de tronco fincado na terra, igual a um tótem). Isso porque a esposa de Baal, Astarote, era simbolizada por qualquer tipo de pedaço de árvore ou planta. Convém lembrar que Jezabel, a terrível perseguidora de profetas e esposa do também terrível rei Acabe, era adoradora de Astarote.

Com a idéia do sêmen de Baal caindo sobre a terra em forma de chuva, os cultos a Baal centravam-se na atividade sexual. A religião cananéia era grosseiramente sexual e perversa porque requeria no culto o serviço de homens e mulheres prostitutos disponíveis como sacerdotes; a pessoa para adorar a Baal tinha que copular com um ou vários desses sacerdotes. Isso é visto no livro de Oséias. A sua esposa não era simplesmente uma prostitua, era uma sacerdotisa de Baal (para um estudo completo sobre Oséias clique aqui).

Essa era a mitologia cananéia que os hebreus encontraram ao sair do Egito. E foi com essa mitologia absurda que eles se contaminaram. No próximo capítulo, vamos falar um pouco sobre a corrupção de Israel diante de Baal. De quem foi a culpa? Por que se contaminaram?

9 de fevereiro de 2010

Senhor estou aqui, para te adorar …. será mesmo?

Esse belo vídeo mostra como os cantores “gospel” se comportam a cada dia, tomando para si a glória que deveria ser dada ao Senhor Jesus.

2 de fevereiro de 2010

“Pelos seus frutos os conhecereis”

Se você deseja saber se alguém que se diz homem de Deus de fato o é, analise o seu proceder e o seu falar mediante as seguintes perguntas: Ele honra a Cristo em tudo, não recebendo glória dos homens?

Não é muito difícil para quem tem discernimento pela Palavra do Senhor descobrir se um pregador ou cantor serve a Deus de verdade. Basta verificar se o tal honra ao Senhor ou prefere receber glória dos homens. Pregadores há que se comportam como um show-man. Todos os holofotes se voltam para ele, que, qual um neófito, ensoberbece-se e cai na mesma condenação do Diabo (1 Tm 3.6). Ele repudia a avareza, ou ama sordidamente o dinheiro? Homens de Deus não são amantes do dinheiro, pois sabem que a avareza é idolatria (Ef 5.5; 1 Tm 6.10). Se um pregador ou cantor só fala em dinheiro e mercadeja a Palavra do Senhor (2 Co 2.17), por que temos de respeitá-lo como homem de Deus? Ele ama os pecadores e deseja vê-los salvos? Preste atenção nas mensagens dos super-pregadores. Falam eles de Cristo? Quando fazem o convite para os pecadores irem à frente, dizem claramente o que é receber o Senhor Jesus? Ou iludem as pessoas, prometendo-lhes isso e aquilo? Tenho presenciado, com tristeza, "apelos" mediante os quais o pregador promete "mundos e fundos" e nada fala sobre a obra redentora. Resultado: inúmeras pessoas vão à frente, e a maioria delas volta para casa sem Jesus no coração...

Ele prega contra o pecado, defende o evangelho de Cristo e conduz a igreja à santificação? Muitos se escondem atrás de sua oratória, de suas performances humorísticas e de seus fenômenos. Não pregam contra o pecado. Acham que, fazendo isso, fecharão portas, e as igrejas não mais os convidarão. Servem a si mesmos, e não ao Senhor! Também não se sentem indignados quando ouvem heresias; menosprezam o evangelho. Quanto à santificação, isso nada representa para eles.

Ele detesta o mal e ama a justiça? Os verdadeiros servos do Senhor, que cumprem a sua vontade, posicionam-se claramente contra o pecado e as heresias. Eles não buscam meios de tornar as verdades da Palavra de Deus relativas. Para eles, o que é mal é mal, e o que é bem, bem. Sim é sim, e não é não. Seu posicionamento contra o mal é claro.

Ele tem uma vida de oração e devoção a Deus? Quem de fato pertence a Deus e anda de acordo com a sua Palavra sente prazer em buscar ao Senhor e manter com Ele uma íntima comunhão. Os super-pregadores valem-se de seus chavões e sua presença de palco. A Deus eles não enganam. Ele sabe onde pisam os seus pés. Amenos que se prostrem diante do Senhor e se humilhem, pedindo-lhe perdão por suas falcatruas, tais obreiros não escaparão do juízo, naquele grande Dia.

Ele demonstra amar e seguir a Palavra do Senhor? Os servos de Deus têm prazer na Lei do Senhor (Sl 1.1-3) e a respeitam, considerando inegociáveis as suas verdades. Quando não entendem alguma coisa, silenciam. Jamais se precipitam, dizendo que encontraram alguma incongruência do texto sagrado.

Falando em respeitar a Palavra de Deus, no próximo capítulo discorrerei sobre algumas coisas que os super-pregadores pregam, os cantores-ídolos cantam, mas a Bíblia não diz...