Existem aqueles que torcem o nariz, outros que apoiam a idéia. A verdade é que o termo “balada gospel” não é novidade no meio jovem evangélico e ainda divide opiniões. Será mesmo válido usar de todos os artifícios para o evangelismo jovem, meio de tão difícil acesso aos conservadores cristãos? Ou será apenas mundanismo, uma forma de mascarar uma latente necessidade do jovem cristão de aparentar e se divertir cada vez mais com os jovens do mundo, sem isso pesar na consciência?
Aqui em São Paulo existe um ministério que é voltado inteiramente para esse evento. Aliás, o próprio ministério se chama “Balada Gospel” (baladagospel.com.br), criado pelo pastor Anderson, ou simplesmente DJ Pastor. É voltado para o rap e o hip hop e, segundo eles, possui uma taxa alta de frequentadores não evangélicos. Leia uma descrição do evento, disponível no site deles:
O principal objetivo de nosso baile é trazer as pessoas que estão no mundo para dentro da Igreja, e Deus tem feito exatamente isto. O Baile Balada Gospel é uma estratégia, onde muitas pessoas tem comentado sobre os resultados. A média hoje do nosso baile, é de 700 pessoas, sendo que 80% não são evangélicas, Deus é fiel…
Entenda como funciona nossa Baile:
- Fazemos uma abertura com um trecho da palavra de Deus e em seguida uma oração, é quando então começa o agito com a galera.
- Dj Pastor vem tocando muita música gospel, passando pela black music, Hip-Hop, Charm, Reggae, Forró Universitário, Dance e outros estilos, lembrando que tudo o que rola no nosso baile é 100% Gospel.
- A última parte fica por conta da pregação da palavra de Deus, onde é feito um apelo e muitas pessoas acabam aceitando a Jesus como o único e suficiente Salvador.
Eu não sou ferrenho contrário a esse tipo de evento (apesar de, pessoalmente, não gostar); as pessoas têm a liberdade de evangelizar da maneira como acha próspera, desde que encarando isso com muita, mas MUITA sabedoria. É necessário delimitar limites para que, apesar de ser uma balada, não ser encarada como uma mundana qualquer. É necessário mostrar bem claramente que aquilo é apenas um meio de evangelismo, um diferencial, não algo que deva ser comum a todos os evangélicos. Respeitar quem é tradicional é uma forma de respeito com o próximo.
A real pergunta que fica é a seguinte: que tipo de evangélico é formado numa balada gospel? Ele vai adquirir os alicerces necessários para sustentar os valores de uma vida cristã? Ele vai entender a beleza da real liberdade em Cristo, uma liberdade que não é interpretada apenas por sons altos e música dançante, mas no dia-a-dia, nas atitudes, no andar com Deus?
Portanto, é um terreno perigoso. Existem outras formas de evangelismo a jovens que são tão ou mais eficazes que uma balada. É muito comum o culto dos jovens ter músicas mais dançantes, testemunhos e palavra mais descontraídos; mas isso dentro da igreja e acompanhado por pessoas com experiência no assunto. E a igreja evangélica vem passando por uma transformação na maneira como lida com os jovens; apesar de ainda faltar muito para ser “bom”, a necessidade vem fazendo com que igrejas antes ultra-conservadoras como a Assembléia de Deus, reestruture sua antiga cisma com os jovens. Mas isso é lento, muito lento ainda…
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